segunda-feira, 19 de abril de 2010

16 abril

16 abril
Apesar de ter dormido na tenda e perto da estrada, até que dormi bem. Levantámo-nos bem cedo ainda o sol não estava a apertar, pois tinha que puxar a Yamaha mais 130 kms até chegar a Nouakchott.
Atenção que na brincadeira costumo brincar com as marcas das motos versus defeitos, mas o que aconteceu á Yamaha, podia ter acontecido a qualquer uma.
Chegamos a Nouakchott, depois de passar por mais 5 barreiras policiais e apareceu um bacano montado numa Yamaha DTAC 125 que perguntou se precisávamos ajuda. Ligou a um mecânico que veio ter connosco e levou-nos á sua oficina??? Parecia milagre pois numa oficina de 3X3 metros tinha 2 discos de ferodo e 4 metálicos novos. Arranjou mais uns usados mas em bom estado aproveitando para mudar óleo e o filtro que o Américo trazia.


Enquanto esperava, resolvi tirar umas fotos e verificar como a capital da Mauritânia era. Ruas cheias, mas cheias de areia, burros, cabras por todo o lado, á solta, lixo q.b., carros a cair de podre mas a andarem, sem faróis, sem vidros, sem portas…
De repente chamei o Américo e vimos com olhar de um comum europeu, um homem negro completamente nu a passar na rua, sem ninguém olhar ou comentar. O Américo disse que devia ser maluco mas eu não consegui pensar em mais nada. É que o homem nem levava nada na mão (tipo cuecas sei lá…).
A ganapada, nunca nos larga, mas sempre com atenção para ver se conseguem gamar alguma coisa.


A reparação ficou por 50.000 CFA (10.000 CFA=15 €) e como ficou bem boa, “bota pra estrada” eheh.
Parámos na bomba mesmo ao lado porque estava já sem gota e tivemos que esperar ½ hora porque o homem tinha ido rezar.
Como ainda estávamos em jejum (14h), comemos uma laranja cada um e…estrada.
Bem a saída de Nouakchott é qualquer coisa…lixo, mais lixo, mais lixo…nem dá para contar, só vendo. Cabras coitadas, no lixo a tentar comer alguma coisa. Montes de camelos, barreiras policiais, e vento.
Vento esse que trás areia, fina mas de tal maneira que a visibilidade é muito reduzida. Calor que chegue também, e confusão de trânsito.
Um Mercedes 190 (aqui têm milhares deles), virou em contramão e obrigou-me a uma travagem a fundo. Bem finalmente estou noutro mundo, um mundo que a maioria dos europeus desconhece, nada elegante, nada limpo, nada seguro.
Rectas, mais rectas, e lá paramos numa aldeia que não se sentia o vento para comermos umas conservas, mas havia uma mercearia que tinha fromage e ao lado uma padaria com um dos melhores pães que comi até hoje.
A partir de aqui a paisagem tornou-se linda, com dunas de areia branquíssimas a contracenar com arvores (cheias de espinhos).
Chegámos a Rosso e fomos tentar apanhar um barco para irmos para o Senegal, só que já não havia e resolvemos ficar num hotel que até tinha ar condicionado. Toca a meter a prosa em dia e vou nanar que amanhã queremos chegar á fronteira do Mali que fica a 526 kms.

Sem comentários:

Enviar um comentário